quinta-feira, 25 de junho de 2009

A Etiópia: um país rico territorialmente porém com problemas sócio-econômicos

E aí gente? Nós já falamos do Egito, agora vamos falar da Etiópia...

A Etiópia tem um território montanhoso, com uma vasta quantidade de riachos e rios, e um verde exuberante. Mesmo sendo um país tão rico territorialmente, é um país com problemas socio-econômicos de longas datas. Suas extensas florestas e rios abundantes não são suficientes para evitar a fome, pois o país não tem uma estrutura mínima para suportar qualquer alteração clímática, gerando secas, que são as causas das perdas de safras inteiras.Sua história de múltiplas guerras, tanto com os vizinhos, Somália e Eritréia, quanto diante das pretensões colonialistas italianas, é uma contínua ameaça ao seu presente.
No século 19, a Etiópia resistiu à diversas investidas dos colonizadores europeus. Quase na virada do século 20, a ambição italiana por um “pedaço da África” arrasou o interior do país. Entretanto, o golpe não duraria muito, os etíopes expulsariam os invasores na histórica Batalha de Adwa, em 1896.No entanto, a Itália – nova nação européia que há pouco havia sido unificada –, meio século depois, daria novo golpe em 1936, sob o governo fascista de Benito Mussolini. Desta vez, os europeus conseguiram ficar por lá durante 5 anos. E somente em 1941, a resistência etíope, apoiada pelos ingleses, expulsaria novamente os invasores.
Entretanto, o Exército dos “novos amigos” anglo-saxões ocuparia ainda o país até 1952. Em 1976, o coronel e revolucionário Mengistu Haile Mariam toma de assalto o poder – o que marcaria uma etapa de progressos no país. Declara um regime socialista e estabelece laços com a URSS e com Cuba. Nacionaliza empresas privadas e inicia a reforma agrária. No ano seguinte, problemas fronteiriços levariam a nova guerra de 2 anos com a Somália. Com a ajuda de 18 mil militares cubanos, a Etiópia, mais uma vez, expulsaria um Exército invasor de seu território e assim se prossegue com várias lutas.
Hoje, após quase uma década de um frio rompimento diplomático, o povo etíope se prepara para uma nova guerra que já se anuncia há meses contra seus irmãos eritreus. E não bastassem suas próprias desgraças, em 2002, o Exército etíope – sob patrocínio logístico e apoios aéreo e marítimo estadunidenses – invadiu a Somália. Há décadas desgovernado, este país vizinho iniciava sua reorganização a partir do frágil pacto de paz obtido há alguns anos pelos Tribunais Islâmicos. Contudo, Washington, aproveitando- se da debilidade somaliana, não tardariam a iniciar sua “terceira frente contra o terrorismo islâmico” – ou dito claramente, sua terceira frente pelo domínio energético mundial. O estreito de Bab el Mandeb, na boca do Mar Vermelho, é de preciosa importância estratégica, uma linha delicada entre o petróleo das Arábias e o Canal de Suez – portal do Ocidente.
Com cerca de 75 milhões de habitantes, em sua grande maioria cristãos, é o 3º país mais povoado da África. Seu território abarca uma área de 1.127.127. O idioma etíope é o amárico, língua ancestral e que preserva sua escrita com caracteres próprios. Também seu calendário é singular: são 13 meses por ano – 12 deles de 30 dias e um último, festivo de 5 dias. Mas a mais curiosa peculiaridade etíope é mesmo seu horário, defasado do horário comum em 6 horas. Assim, naturalmente, à zero hora começa a manhã, que culminará às 6h do meio-dia, e entardecerá às 12 horas da tarde, para dar lugar às primeiras horas da noite.

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